Criação de Cães: Priorizando a Saúde e a Ética na Escolha de Criadores Responsáveis
Olá, amantes de cães! Eu sou Alexandre Azevedo, seu veterinário, e hoje vamos falar sobre um tema crucial para a saúde e o bem-estar dos nossos amigos de quatro patas: a criação responsável de cães e, em particular, o controle de uma doença que causa muito sofrimento – a displasia coxofemoral. Se você está pensando em ter um cão de raça, ou se já tem um e quer entender melhor, este post é para você!
Criar Cães: Mais Que um Hobby, Uma Grande Responsabilidade!
A criação de cães é uma atividade que vai muito além de juntar um macho e uma fêmea para ter filhotinhos fofos. É um compromisso sério com a vida, a saúde e a genética de seres vivos. Infelizmente, muitos criadores, motivados apenas pelo lucro, negligenciam aspectos fundamentais que resultam em animais doentes, com problemas de comportamento e uma vida de sofrimento. Como veterinário, vejo de perto as consequências dessa irresponsabilidade, e quero ajudar você a fazer a escolha certa.
Displasia Coxofemoral: O Que é e Por Que Deveríamos Nos Importar?
A displasia coxofemoral (DCF) é uma das doenças ortopédicas hereditárias mais comuns e devastadoras em cães. Ela afeta a articulação do quadril, onde a cabeça do fêmur (osso da coxa) não se encaixa perfeitamente na cavidade do quadril (acetábulo). Com o tempo, esse encaixe inadequado leva ao desgaste da cartilagem, inflamação, dor crônica e, em casos graves, à incapacidade de locomoção.
Dor, sofrimento e limitação são as palavras que definem a vida de um cão com displasia severa. Imagine a dor a cada passo, a dificuldade para se levantar, subir escadas ou até mesmo brincar. Muitos cães displásicos perdem a alegria de viver, tornam-se menos ativos e podem até desenvolver problemas comportamentais devido à dor constante.
E o sofrimento não é só do cão, mas também do tutor. É angustiante ver seu companheiro em dor, sem poder fazer algo para aliviá-la completamente. Além do impacto emocional, há o custo financeiro da doença. Tratamentos para displasia coxofemoral podem incluir:
- Medicamentos: Anti-inflamatórios, analgésicos e condroprotetores (para proteger a cartilagem) de uso contínuo.
- Fisioterapia e Acupuntura: Sessões semanais ou quinzenais, que podem se estender por anos.
- Cirurgias: Existem diversas técnicas cirúrgicas (osteotomia pélvica tripla, artroplastia do quadril, substituição total do quadril, etc.), que são complexas, caras e exigem um longo período de recuperação.
O custo total do tratamento da displasia coxofemoral pode facilmente atingir milhares ou dezenas de milhares de reais ao longo da vida do animal, sem garantia de cura, apenas de controle da dor e progressão da doença.
Raças Mais Afetadas Pela Displasia Coxofemoral: Cuidado Redobrado!
A DCF é uma doença multifatorial, ou seja, influenciada por fatores genéticos e ambientais. No entanto, a predisposição genética é o principal fator. Algumas raças são geneticamente mais propensas a desenvolver a displasia coxofemoral. Entre as mais conhecidas, destacam-se:
- Pastor Alemão:
- Labrador Retriever
- Golden Retriever
- Rottweiler
- São Bernardo
- Dogue Alemão:
- Buldogue Inglês:
- Border Collie
- Terra Nova
- Bernese Mountain Dog
Não se engane: cães de raças pequenas ou mistas também podem ter displasia, mas a incidência é significativamente maior nas raças de médio a grande porte e de rápido crescimento.
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O Papel do Criador Responsável na Prevenção da Displasia
A chave para combater a displasia coxofemoral está na seleção genética criteriosa dos reprodutores. E é aí que entra a figura essencial do criador responsável. Um criador ético não cruza simplesmente quaisquer dois cães de uma raça. Ele investe em exames, conhecimento e, acima de tudo, em um compromisso com a saúde dos filhotes que nascerão.
Um bom criador de cães, com foco na prevenção da displasia coxofemoral:
- Realiza Raio-X Preventivos: Os pais (padreadores e matrizes) são submetidos a exames de raio-X do quadril e cotovelos (sim, a displasia de cotovelo também é um problema!) antes de serem utilizados na reprodução. Esses exames são avaliados por veterinários especializados em ortopedia ou por órgãos de controle, como a CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilia), que emite laudos classificando o grau do quadril (por exemplo, “A” para livre de displasia, “B” para quase normal, e assim por diante). Apenas cães com laudos excelentes (A ou B) são utilizados na reprodução.
- Conhece as Linhagens: Um criador sério estuda as linhagens de seus cães, buscando informações sobre a saúde dos ancestrais para evitar cruzar animais com histórico de displasia na família.
- Não Se Guia Apenas Pela Estética: A beleza física é importante, mas a saúde e o temperamento vêm em primeiro lugar. Um criador responsável não usa um cão com displasia para reprodução, mesmo que ele tenha ganhado muitos títulos em exposições de beleza.
- Limita a Reprodução: Matrizes (fêmeas) não são exploradas com ninhadas consecutivas. Elas precisam de tempo para se recuperar e ter uma vida saudável.
Como Identificar um Bom Criador: Dicas Essenciais do Veterinário
Se você está pesquisando para adquirir um filhote, saiba que a sua escolha do criador é uma das decisões mais importantes para o futuro da saúde do seu cão. Aqui estão os pontos que eu, como veterinário, sugiro que você observe para identificar um criador de cães responsável:
- Transparência e Abertura:
- Permite visitas ao canil: Um criador sério não terá nada a esconder. Ele o convidará para visitar as instalações, conhecer os pais dos filhotes e ver onde os animais são criados. Desconfie de criadores que entregam o filhote em locais públicos ou que inventam desculpas para não mostrar o ambiente de criação.
- Disponibiliza informações sobre os pais: Peça para ver os pedigrees dos pais, os laudos dos exames de displasia (quadril e cotovelo) e de outras doenças genéticas relevantes para a raça (ex: atrofia progressiva da retina, Von Willebrand, etc.). Um bom criador terá orgulho em apresentar toda essa documentação.
- Tem um Médico Veterinário Responsável Técnico (RT): A presença de um RT no canil é um indicativo de profissionalismo e seriedade. O veterinário RT acompanha a saúde do plantel, os acasalamentos, os partos, a vacinação e a vermifugação dos filhotes. Pergunte quem é o veterinário e se pode entrar em contato com ele.
- Condições do Canil e Bem-Estar Animal:
- Higiene Impecável: O local deve ser limpo, sem odores fortes e com poucas fezes. Isso demonstra cuidado e prevenção de doenças.
- Espaço Adequado: Os cães devem ter espaço suficiente para se movimentar, brincar e descansar. Ambientes apertados e superlotados são um sinal de alerta.
- Socialização: Observe o comportamento dos filhotes e dos cães adultos. Eles devem parecer felizes, curiosos, brincalhões e bem-socializados com humanos e com outros cães. Filhotes assustados, apáticos ou agressivos podem indicar falta de socialização ou condições estressantes.
- Saúde dos Cães Adultos: Os pais dos filhotes devem ser saudáveis, com boa pelagem, olhos brilhantes, sem sinais de magreza ou obesidade, e com um comportamento equilibrado.
- Saúde e Cuidados com os Filhotes:
- Idade de Entrega: Filhotes não devem ser entregues antes dos 60 dias de vida. Antes disso, eles ainda precisam da mãe para aprender comportamentos sociais e ter um sistema imunológico mais desenvolvido.
- Vacinação e Vermifugação Atualizadas: O criador deve entregar o filhote com a primeira dose (ou mais) da vacina polivalente e com o esquema de vermifugação iniciado, devidamente registrado na carteirinha de vacinação assinada por um veterinário. Ele deve orientar sobre as próximas doses e a continuidade do protocolo.
- Alimentação de Qualidade: Pergunte qual ração os filhotes estão comendo e se o criador fornece uma pequena porção para a transição alimentar.
- Contrato de Compra e Venda: Um criador sério geralmente oferece um contrato que especifica as garantias de saúde do filhote e as responsabilidades de ambas as partes.
- Conhecimento e Orientação:
- Conhecimento da Raça: O criador deve demonstrar profundo conhecimento sobre a raça que cria: temperamento, necessidades de exercício, particularidades de saúde e cuidados específicos.
- Perguntas para Você: Um bom criador fará muitas perguntas a você! Ele quer ter certeza de que você é o tutor certo para um de seus filhotes. Ele perguntará sobre sua experiência com cães, seu estilo de vida, sua casa, etc. Isso mostra preocupação com o futuro dos seus animais.
- Disponibilidade Pós-Venda: Ele se mostra disponível para tirar dúvidas e oferecer suporte após a venda do filhote? Isso é um ótimo sinal de compromisso.
- Preço Justo:
- Desconfie de Preços Muito Baixos: Como mencionei antes, a criação responsável é cara. Testes genéticos, boa alimentação, cuidados veterinários, higiene e tempo dedicado custam dinheiro. Preços muito abaixo da média de mercado para a raça podem indicar que o criador está cortando custos essenciais e comprometendo a saúde e o bem-estar dos filhotes.
O Sofrimento dos Cães e Tutores: Uma Questão de Consciência
A irresponsabilidade na criação não é apenas um problema ético; é uma questão de sofrimento real. Cães nascidos com predisposição genética a doenças graves, criados em condições insalubres ou sem a devida socialização, carregam um fardo pesado. Eles podem ter uma vida de dor, problemas comportamentais (ansiedade, agressividade, medos) e uma expectativa de vida reduzida.
Para o tutor, a experiência pode ser igualmente dolorosa e frustrante. A expectativa de ter um companheiro saudável e feliz é substituída por visitas constantes ao veterinário, tratamentos caros e a angústia de ver seu animal sofrer. Muitos tutores se sentem enganados e desamparados, tendo que arcar com as consequências das escolhas irresponsáveis de terceiros.
Prevenção é a Chave: Seu Poder de Escolha!
Como veterinário, meu papel é orientar você a fazer escolhas conscientes que promovam a saúde e o bem-estar animal. A prevenção da displasia coxofemoral e de outras doenças genéticas começa na sua decisão de onde e como você vai adquirir seu cão.
Ao escolher um criador responsável, você não está apenas comprando um filhote; você está investindo em anos de saúde, felicidade e companheirismo. Você está contribuindo para a manutenção de raças saudáveis e para o fim das práticas de criação irresponsáveis.
Lembre-se: um cão é um membro da família, e merece todo o cuidado e respeito desde o primeiro dia de sua vida. Faça sua parte, pesquise, questione e escolha com consciência. Seu futuro amigo de quatro patas e sua paz de espírito agradecem!
Se tiverem mais dúvidas, deixem nos comentários!
Escrito pelo Veterinário Alexandre Azevedo, formado na Universidade Federal Fluminense no ano de 1998, militar veterinário do Exército Brasileiro desde ano 2001
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